Série investiga impacto social, econômico e ambiental do resevatório que promete livrar a Mata Sul das enchentes
Tarde de quinta-feira. Nas terras do Engenho Verde, área rural no limite entre Bonito e Palmares, região onde o Agreste Central e a Mata Sul de Pernambuco se confundem, Severino José da Silva, 51 anos, ara o solo debaixo do sol escaldante. É da lavoura da banana, do milho e da macaxeira que ele sustenta a mulher e os seis filhos. Perto dali, no alto de uma colina, Maria Silvana Leandro, 27, e o marido Quitério José Leandro, 32, trabalham na reforma da casa cujo terraço funciona como restaurante, nos fins de semana, na cachoeira Véu da Noiva II, em Bonito. Estão ampliando o negócio para tentar atrair mais clientes com a chegada do verão. Assim, Severino, Maria e Quitério vão imprimindo ritmo à rotina até o dia em que a água e o concreto ditarem um novo rumo para as suas vidas. Eles moram e trabalham na área onde será construída a quinta maior barragem do estado: Serro Azul. Um paredão de um quilômetro de extensão vai cortar casas, matas e canaviais para interromper o curso do Rio Una, com a promessa de evitar tragédias como as ocorridas em 2010 e 2011, quando as enchentes varreram diversas cidades da Mata Sul pernambucana.
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