O Carnaval de Bonito (parte 1)
A introdução do carnaval no meio bonitense vem dos finais do século IX. No início do século XX, o Bonito ficou famoso pelos seus carnavais. Bailes, troças, cantos, fantasias, máscaras, serpetinas, bisnagas-de-cheiro e confetes fascinavam as tardes e as noites de momo. No início era o ENTRUDO, como em todo o Brasil. A empolgação foi geral, a ponto de se formarem verdadeiras batalhas nas ruas, cujas armas eram a farinha de trigo, a goma-de-cheiro, e , pela tardinha, confetes, serpentinas e limas-de-cheiro, estas, hoje fora de uso. As famílias da localidade preparavam-se, antecipadamente, para o desfile dos dias momescos.
As antigas troças, aos poucos, foram substituídas pelos clubes e suas evoluções. Dos principais clubes, que passaram pela vida da comuna no decorrer das primeiras décadas do século XX, citam-se o de João Bento da Cruz, e, com maior atuação entre os anos de 1912 e 1922, o Sr. José de Carvalho L'Amour. Este último, exibía-se com esmero, fascinava os foliões. Houve ano em que sua alegoria era um enorme avião, fato este, ainda presente na memória dos saudosistas. Outros clubes surgiram, tais como: "Caiadores", "Vassourinhas", "Abanadores", "Pra Você Ruer", "A Moreninha", "Pierrot", "Bloco Sem Nome", "Imigrante Português", "Penetras", "Dezoito de Fevereiro", "Momos & Comos" e outros mais.
Além do chamado carnaval de rua, havia o carnaval de clubes. Destes, sobressaia-se o Grêmio Polimático do Bonito, o qual abria suas portas à tardinha, prolongando-se os festejos até a madrugada. além dos blocos citados havia "os Lenhadores". Depois, apareceu o das "Flores". O primeiro surgiu em 1924, saia da casa de João Varanda, na antiga Rua do Cuba. Ao sair da sede, percorria o Jucá e tomava o destino da Rua da Coluna de São Pedro, daí dirigindo-se à Rua do Comércio, tocando a marcha da agremiação, "Canhão 75". O Bloco das Flores, que há tempo não desfila, era comandado pela animadíssima Côco, falecida em São Paulo. Fazia tudo para o nosso "verde-rosa", desfilar triunfalmente na Avenida. O tempo encarregou-se de extinguir esse bloco.
Por volta dos primeiros anos do século XX, existia no Bonito, o "maracatu". Este saia em grande pompa, vestido ricamente com trajes nobres. Rei, rainha, príncipes e outros personagens da corte, desfilavam pelas principais artérias das cidades. Na Boa Vista, existia um que pertencia a Manoel Jatobá e quem puxava o préstito era João Biu. A rainha era filha do próprio dono do maracatu. Percorria a Boa Vista, entrava na Rua da Coluna de São Pedro, daí se dirigindo para o pátio da Igreja de São Sebastião; aí soltavam foguetes; a seguir, percorria as principais ruas da cidade.
Um outro grupo pitoresco dos carnavais antigos era o "bumba-meu-boi". Este esta quase desaparecendo, os bumbas-meu-boi de antigamente possuíam vários personagens, as quais, davam ao bailado um aspecto bastante interessante e divertido. Mateus, quase sempre representado por Pedro Gomes Cabral, o Engenheiro, o Médico, a Catirina, a Morte (desfilava com uma grande foice na mão), os Urubus, o Padre, Mané Pequenino, o Cavalo Marinho, Sá Marica (vestida de renda). Várias personagens e cantores seguiam entusiasticamente o bumba-meu-boi de outrora.
Fonte:
Livro: Bonito: Das Caçadas às Indústrias
Flávio José Gomes Cabral
que espetacular a história dessa terra maravilhosa...
ResponderExcluirE eu nem sabia que meu avô (José de Carvalho L'Amour) era folião!
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