Por Wagner Wilker
Com informações da Corautista.org
Hoje, dia 2 de Abril, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, mas, o que é o Autismo? o bonito360graus explica direitinho pra você.
O que é o Autismo?
O
autismo é fundamentalmente uma forma particular de se situar no mundo
e, portanto, de se construir uma realidade para si mesmo.
Associado
ou não a causas orgânicas, o autismo é reconhecível pelos sintomas que
impedem ou dificultam seriamente o processo de entrada na linguagem para
uma criança, a comunicação e o laço social.
As
estereotipias, as ecolalias, a ausência de linguagem, os solilóquios, a
auto agressividade, a insensibilidade à dor ou a falta de sensação de
perigo, são alguns dos sintomas que mostram o isolamento da criança ou
do adulto em relação ao mundo que o rodeia e sua tendência a bastar-se a
si mesmo.
O autismo faz parte de um grupo de desordens do cérebro chamado de
transtorno invasivo do desenvolvimento (TID) – também conhecido como
transtorno global do desenvolvimento (TGD). Para muitos, o autismo
remete à imagem dos casos mais graves, mas há vários níveis dentro do
espectro autista. Nos limites dessa variação, há desde casos com sérios
comprometimentos do cérebro além de raros casos com diversas
habilidades mentais, como a Síndrome de Asperger (um tipo leve de
autismo) – atribuído inclusive a aos gênios Leonardo Da Vinci,
Michelangelo, Mozart e Einstein. Mas é preciso desfazer o mito de que
todo autista tem um “superpoder”. Os casos de genialidade são
raríssimos.
A medicina e a ciência de um modo geral sabem muito pouco sobre o autismo, descrito pela primeira vez em 1943 e somente 1993 incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) da Organização Mundial da Saúde como um transtorno invasivo do desenvolvimento. Muitas pesquisas ao redor do mundo tentam descobrir causas, intervenções mais eficazes e a tão esperada cura. Atualmente diversos tratamentos podem tornar a qualidade de vida da pessoa com autismo sensivelmente melhor. E vale destacar que o neurocientista brasileiro Alysson Muotri conseguiu um primeiro passo para uma possibilidade futura de cura, em seu trabalho na Califórnia (EUA). Ele curou um neurônio autista em laboratório e trabalha no progresso de sua técnica na Universidade de San Diego. Tão importante quanto descobrir a cura, é permitir que os autistas de hoje sejam incluídos na sociedade e tenham mais qualidade de vida e respeito.
Quando se começou a falar de autismo?
Com Jean Itard, que em 1801 levou a cabo uma descrição da criança selvagem, passando
Eugen Bleuler, que em 1901 o relacionou com a esquizofrenia, até Leo
Kanner, que realizou em 1943 o detalhamento minucioso dos itens
característicos, e Hans Asperger, que se centrou em um outro tipo de
autismo, às vezes chamado de autismo inteligente; os traços
característicos das crianças com autismo são em sua grande maioria os
mesmos.
Quais são seus sintomas?
Os principais sintomas são:
- Isolamento do mundo exterior e recusa do contato com os outros. (Tanto no nível da voz quanto no do olhar).
-
Alterações da linguagem que podem ir desde uma ausência total da fala
até uma verbiagem ininteligível. Em algumas ocasiões, repetição de
fragmentos de frases retiradas de filmes ou que foram escutadas de
alguém, estabelecendo verdadeiros solilóquios.
- É uma fala que não se dirige a ninguém, que não é usada nem para comunicar nem para estabelecer um diálogo mínimo.
- Ausência de interação com os outros.
- Ausência de jogo simbólico.
- Estereotipias
- Rituais
- Temor das mudanças e insistência em manter uma imobilidade naquilo que o rodeia.
Quais são suas causas?
Na
atualidade, as áreas de investigação científica sobre as causas do
autismo são fisiológicas. Existem várias hipóteses sobre essas
investigações em curso. As principais são: Afecção em áreas do cérebro,
disfunções genéticas, consequências dos metais pesados no interior do
organismo, intolerâncias alimentares assintomáticas.
Entretanto,
não há, até o momento, nenhuma causa determinante nem conclusiva que se
derive do conjunto dessas investigações científicas, ainda que muitos
recursos se destinem a buscar uma causa genética ou fisiológica. Quer
dizer, nenhuma investigação científica pode, até agora, estabelecer a etiologia do autismo.
O
posicionamento da psicanálise lacaniana é claro nesse sentido: a
pergunta pela causa não explica em quê consiste ser um sujeito com
autismo. Tampouco consideramos que os sintomas do autismo sejam a
consequência de um déficit que deva ser reeducado, nem a expressão de
uma doença. Para a psicanálise lacaniana, a pergunta fundamental visa
saber um pouco mais sobre o que implica ser uma pessoa com autismo.
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