Por Wagner Wilker
Com informações do BBC
Rodeado por uma multidão de milhares de fiéis que lotaram a praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco canonizou neste domingo os papas João Paulo 2º (1920-2005) e João 23
(1881-1958). A partir de agora, eles serão conhecidos não mais como
papas, mas como São João Paulo 2º e São João 23, ambos santos da Igreja
Católica.
A cerimônia de canonização, que contou com a presença do papa emérito Bento 16,
começou pouco antes das 10h (5h de Brasília) e durou pouco mais de 20
minutos. Como previsto no livro litúrgico, a celebração teve início com
cânticos e uma oração coletiva em que foram invocados os nomes de vários
santos.
Em seguida, o cardeal italiano Angelo Amato, responsável pela
Congregação para as Causas dos Santos – o "ministério" da Santa Sé
encarregado dos processos de canonização – solicitou ao Sumo Pontífice
que declarasse santos os dois candidatos. Francisco respondeu com uma
frase padrão em latim ao final da qual disse "Eu os ordeno".
Em seguida, as relíquias
dos dois papas – um frasco contendo sangue de João Paulo 2º e outro com
pedaço de pele retirada de João 23 no ano de 2000, quando seu corpo foi
exumado para a beatificação – foram exibidas ao público. Concluído o
rito de canonização, uma missa foi celebrada por Francisco.
Cerca
de 1 milhão de pessoas eram esperadas pelo evento, mas autoridades de
Roma acreditam que o número final possa ter chegado a 5 milhões. Telões
foram montados pela Prefeitura de Roma em quatro pontos da cidade para
que os fiéis pudessem assistir ao evento.

Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas assistiram ao
vivo à celebração em todo o mundo, que também foi transmitida em salas
de cinema, inclusive no Brasil.
O Vaticano lançou também uma
ofensiva nas redes sociais, com a criação de um site especial para a
dupla canonização, uma página no Facebook e até aplicativos em
dispositivos móveis para celulares e tablets.
Segundo vaticanistas ouvidos pela BBC Brasil, a decisão de Francisco de
canonizar os dois papas em um único dia seria uma tentativa de preencher
o abismo entre duas alas opostas da Santa Sé: os "tradicionalistas",
representados por João Paulo 2º, e os "reformistas", seguidores de João
23.
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