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Foto: Diário |
Aos 74 anos de idade, o jornalista Zadock Castelo Branco faleceu hoje (11). Despediu-se do mundo sem a plateia que estava acostumado a ter, na casa que morava em Bonito, município que escolheu como sua terra natal e decidiu viver após a aposentadoria, há cerca de cinco anos. Zadock deixa como herança a paixão que tinha pela profissão, onde era considerado pelos colegas como dotado de excelente memória, contador de casos e muito engraçado. Ele era apaixonado pelo jornalismo, pela política e pelas pessoas com quem convivia. Seu último emprego foi no Diario de Pernambuco, onde trabalhou até se aposentar. Seu último texto escrito foi no município de onde bebeu as águas e se encantou.
Zadock deixa a esposa, Carmen Célia Castro, e a filha Mariana Branco. A família não sabe exatamente a causa da morte, mas acredita que ele teve outro infarto durante a tarde de ontem, enquanto estava sozinho, por volta das 14h. A suspeita se dá em virtude de o jornalista ter sido internado recentemente em virtude do mesmo problema. Ele está sendo velado no Centro Espírita André Luiz, em Bonito, e seu enterro deve ser à tarde, no cemitério da cidade.
Considerado como jornalista da “velha guarda”, Zadock se relacionava bem com todas as correntes políticas, mesmo tendo um perfil conservador. Chegou a ter uma relação de amizade, especialmente, com os governadores Miguel Arraes e Roberto Magalhães. Em 2006, aliás, ele chegou a receber, do Tribunal de Contas do Estado, a medalha Nilo Coelho, a maior comenda oferecida a personalidades ou instituições que se destacaram com serviços à sociedade. A homenagem aconteceu justamente na Assembleia Legislativa, lugar que lhe rendeu as maiores experiências políticas, notícias e amigos. De tanta convivência com os deputados, Zadock chegava a protestar quando algum deles estava votando em desacordo com sua consciência.
Mesmo depois de se aposentar, Zadock ligava quase toda semana para o jornal para saber das notícias e falar com alguns repórteres de política, como Rosália Rangel, que é setorista do PSB e lhe atualizava sobre as novidades. “Ele era capaz de lidar com a informação, como repórter experiente, e a convivência com ele era agradável porque ele era uma pessoa muito engraçada. Apelidava todo mundo, inclusive a mim. Ele sempre me chamava de ‘a misteriosa’”, conta Rosália, abrindo um sorriso ao lembrar do passado. Zadock também era apelidado como o “homem mais calorento do mundo””, diz.
A colunista de política Marisa Gibson lembra de Zadock com carinho, ressaltando seu lado de memória de elefante. “Ele era um arquivo. Sabia tudo de cabeça, era inteligente e versátil, capaz de escrever uma página inteira de memória”, diz Marisa, sendo complementada pela jornalista Teresinha Nunes, com quem ele também conviveu. “Zadock era muito apaixonado pelo que fazia. Quando ele começava a fazer uma matéria, se apaixonava de uma forma tal que às vezes misturava os sentimentos com a interpretação dos fatos. Mas eu não via isso como um envolvimento na matéria. Ele era muito respeitado, porque foi sempre respeitador de todo mundo”.
Editor de política do Diário na época em que Zadock ainda estava na redação, o jornalista Sérgio Miguel disse ter ficado impactado com a notícia. “Ele tinha um mérito. Da geração dele, ele foi um dos poucos que conseguiu sobreviver e conviver com as mudanças no jornalismo e da redação. Se dava bem com todo mundo”, lembrou Sérgio Miguel, que criou um Twitter para nosso "Zada" e ouvia sempre do companheiro de profissão. "Instalaram o Twitter aqui".
Diário de Pernambuco
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