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José Milton Barbosa (Reprodução) |
Foi durante a ditadura militar (1964 a 1985) que as maiores atrocidades foram cometidas contra os que se opunham ao regime. Neste período os estudantes, os intelectuais, os engajados políticos, foram as principais vítimas do sistema que contestavam. Uma dessas vítimas do regime militar foi o bonitense, José Milton Barbosa.
José Milton Barbosa era dirigente da Ação Libertadora Nacional (ALN). Nasceu, em 22 de outubro de 1939, na região do Rodeadouro, em Bonito, Pernambuco. Filho e Maria das Dores de Paulo. Era sargento radiotelegrafista do Exército, formado pela Escola de Sargento das Armas, sendo cassado em 1964, com o golpe militar. Até fevereiro de 1969, era funcionário da SUNAB.
Em 1967, ingressou no curso de Economia da antiga UEG, atual UERJ, estudando até o 3º ano, quando por suas atividades políticas, foi forçado a entrar na clandestinidade, em 1969. Foi militante do PCB, do PCBR, do MR-8 e, por fim, da ALN, da qual se tornou dirigente regional.
Condenado, à revelia, pela 1ª Auditoria do Exército, em 14 de abril de 1972, à prisão perpétua. Pena esta que, em 30 de agosto de 1972 (quando já estava morto), caiu para 20 anos de reclusão. Teve seus direitos políticos cassados por 10 anos. Também foi condenado pela 2ª Auditoria da Aeronáutica - 1ª CIM à pena de 12 anos de reclusão. Assassinado em 5 de dezembro de 1971, pela repressão política no bairro do Sumaré, São Paulo.
Apesar de plenamente identificado, sendo sua morte inclusive noticiada pela imprensa através de nota oficial dos órgãos de segurança, o corpo de José Milton foi enterrado sob nome falso de Hélio José da Silva no Cemitério Dom Bosco, em Perús, São Paulo.
O laudo necroscópico, com nome falso foi assinado pelos médicos legistas Antônio Dácio Franco do Amaral e José Henrique da Fonseca que confirmam a morte em tiroteio nas Ruas Tácito de Almeida com Cardoso de Almeida, em São Paulo.
Livro: Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964
Miguel Arraes de Alencar
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